quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cultura no Palanque - Lula, o filho do Brasil

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-Cultura no Palanque-

 Vou cometer um crime no final desta coluna. Sem brincadeira. Melhor alertar logo de cara. Vou violar princípios, direitos autorais, acusar sem provas: enfim, tudo que não se faz. Mas eu posso explicar. Será em legítima defesa. O pecado original não foi meu, mas de alguns filhos do Brasil.

Estamos em ano eleitoral (ano eleitoral é como Carnaval. O barulho começa um mês antes). Nesses períodos, até o “bom dia” de um candidato já tem fins eleitorais.

Mas lançar um cinejornal (pois é disso que se trata) como “Lula, o Filho do Brasil” justamente agora é um crime eleitoral que ultrapassa todos os limites do tolerável. Não é questão de gostar desse ou daquele candidato. Mas do uso óbvio e escancarado de um filme de exaltação a uma figura pública em uma campanha não-oficial. É a manipulação pelo culto a personalidade como os filmes que Leni Riefenstahl dirigia para o Partido Nazista enaltecendo a figura de “Adolf, o bom”.

Não cabe aqui uma resenha clássica, pois é um filme que dispensa ser visto para saber do que se trata. Nem seria também o caso de analisar a postura do produtor Luiz Carlos Barreto. (até Glauber Rocha dirigiu um curta sobre Sarney.

O alerta é para o poder da propaganda, do marketing político vendido como cultura. Não por acaso, o filme teve o financiamento de empresas como Camargo Corrêa e Odebrecht. A relação completa dos “apoiadores” você pode ver nesse link .

Existe um momento para as coisas. O que você diria se justamente agora estreasse “Serra, o herói do amanhã”, por exemplo?

Seja você um petista ou não, acredito que de qualquer modo torça pela democracia. Eu torço. Por isso não vejo o filme. Por isso sugiro (democraticamente) o boicote a esse triste uso de nossa cultura. Não assista, não recomende, não comente, não alugue, não colabore. A divulgação mitológica de um presidente salvador da pátria levará todos a acreditar, em um futuro não muito remoto, que Lula começou a realizar milagres.

Ah, sim. O crime. Eu prometi um crime.

Caso você não agüente de curiosidade e faça mesmo questão de assistir, baixe ilegalmente. Até o envio desta coluna eu ainda não havia encontrado o link, mas assim que encontrar, eu publico aqui. 



Por Alessandra Bourdot ( Coluna Cultura)

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