terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Esqueça o Natal

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Esqueça o Natal!

Você odeia o natal? Eu adoro, mas entendo. Muita gente detesta. E o pior é que tem algo de intocável nessa data. Pega mal não gostar. Por isso, é mais difícil falar sobre cultura no dia de hoje. Até a vida cultural foi visitar a família. Para os excluídos do espírito natalino, aqui vai uma opção cultural pra esquecer que Papai Noel existe: televisão. Indo diretamente aos canais certos, não há o risco de esbarrar numa “rena do nariz vermelho” ou refilmagens de Dickens.

No TNT, hoje tem a “A Fantástica Fábrica de Chocolate”. Parece uma sugestão infantil, mas o diretor é Tim Burton, ideal pra quem está mais para um Halloween do que para um natal.

No Canal Futura vai ter o documentário “Paulinho da Viola - Meu Tempo é Hoje”. O filme é tão bom, tão interessante que quem não gostava de Paulinho da Viola, sai gostando.

No AXN o mundo acaba de vez em “O Exterminador do Futuro 3”. O John Connor desse filme consegue ser pior do que o Arnold, mas só pela cena final, vale assistir.

Pra fazer a noite realmente valer a pena, assista (!) o filme “Frida”, às 22h50 na HBO, a cinebiografia da pintora Frida Kahlo. É uma aula de arte, de história, de cinema bem feito. Vou facilitar: o filme é com a Selma Hayek.

Em último caso, quinta-feira é dia de “House”: nada pode ser mais anti-natalino do que ele.

Para completar, troque a champagne por um refrigerante; ao invés de panetone, bolo pullmann e no lugar do peru, coma pizza.

Está garantida uma noite feliz.

Blog da autora: http://aincorreta.blogspot.com/

Plantão Home

Por Alessandra Bourdot - Cultura














quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Perdi meu livro

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Perdi meu livro!

Quantos livros você tem em casa, mais ou menos? Já leu todos? Pretende ler? Adoro meus livros, mas tenho poucos. Questão de mobilidade. Poder mudar, fugir, partir de uma hora pra outra. Quanto menos bagagem, melhor. De tudo, eu tenho pouco: CDs, DVDs, roupas, coisas e livros. Livro fechado é livro não lido. Por isso empresto, dou, troco. Escritores gostam de circular!

E é mais ou menos essa a idéia do projeto “Perca um Livro”: transformar o mundo em uma grande biblioteca.

Você entra no site, cadastra um livro. O sistema vai gerar um código. Coloque esse código dentro do livro e um aviso sobre a campanha com o endereço do site. Depois, perca seu livro por aí. Abandone num bar, num café, num cinema, onde quiser. Quem achar, entra no site e avisa que encontrou. Depois de ler, abandona de novo, em outro lugar. O código será sempre o mesmo, por isso você pode seguir seu livro pelo site, saber por onde ele tem andado desde que você o “jogou no mundo”.

Lá fora, o projeto de bookcrossing já existe desde 2001. Por aqui, existe há menos tempo, mas já conta com muitos livros perdidos e participantes ativos, inclusive com uma comunidade oficial no Orkut.
Mas não vale perder qualquer coisa! Se é pra doar, doe direito. Eu caprichei. Uma dica: se por acaso você achar um Eça de Queirós de capa azul e conteúdo apaixonante perdido por aí, pegue, leia, avise no site e cuide dele com carinho. Era meu.

Projeto Perca um Livro: http://www.livr.us/

Blog da autora:
http://aincorreta.blogspot.com/

Cultura no Palanque - Lula, o filho do Brasil

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-Cultura no Palanque-

 Vou cometer um crime no final desta coluna. Sem brincadeira. Melhor alertar logo de cara. Vou violar princípios, direitos autorais, acusar sem provas: enfim, tudo que não se faz. Mas eu posso explicar. Será em legítima defesa. O pecado original não foi meu, mas de alguns filhos do Brasil.

Estamos em ano eleitoral (ano eleitoral é como Carnaval. O barulho começa um mês antes). Nesses períodos, até o “bom dia” de um candidato já tem fins eleitorais.

Mas lançar um cinejornal (pois é disso que se trata) como “Lula, o Filho do Brasil” justamente agora é um crime eleitoral que ultrapassa todos os limites do tolerável. Não é questão de gostar desse ou daquele candidato. Mas do uso óbvio e escancarado de um filme de exaltação a uma figura pública em uma campanha não-oficial. É a manipulação pelo culto a personalidade como os filmes que Leni Riefenstahl dirigia para o Partido Nazista enaltecendo a figura de “Adolf, o bom”.

Não cabe aqui uma resenha clássica, pois é um filme que dispensa ser visto para saber do que se trata. Nem seria também o caso de analisar a postura do produtor Luiz Carlos Barreto. (até Glauber Rocha dirigiu um curta sobre Sarney.

O alerta é para o poder da propaganda, do marketing político vendido como cultura. Não por acaso, o filme teve o financiamento de empresas como Camargo Corrêa e Odebrecht. A relação completa dos “apoiadores” você pode ver nesse link .

Existe um momento para as coisas. O que você diria se justamente agora estreasse “Serra, o herói do amanhã”, por exemplo?

Seja você um petista ou não, acredito que de qualquer modo torça pela democracia. Eu torço. Por isso não vejo o filme. Por isso sugiro (democraticamente) o boicote a esse triste uso de nossa cultura. Não assista, não recomende, não comente, não alugue, não colabore. A divulgação mitológica de um presidente salvador da pátria levará todos a acreditar, em um futuro não muito remoto, que Lula começou a realizar milagres.

Ah, sim. O crime. Eu prometi um crime.

Caso você não agüente de curiosidade e faça mesmo questão de assistir, baixe ilegalmente. Até o envio desta coluna eu ainda não havia encontrado o link, mas assim que encontrar, eu publico aqui. 



Por Alessandra Bourdot ( Coluna Cultura)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Estreia a coluna Cultura com Alessandra Boudot

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-Cultura inútil-

Inaugurar coluna é sempre um negócio complicado!

A gente fica quebrando a cabeça atrás de um tema genial, impactante. Buscando uma frase de efeito pra segurar o leitor e impressionar o editor. Dá branco, não tem jeito.

Pra complicar, ultimamente eu vinha me interessando de novo por política. Cismei. Li dois ou três teóricos e já me achava pronta pra sair metralhando no teclado, derrubar o sistema (qualquer um), citar sociólogos, falar difícil e fazer aquela cara de inteligente, estilo “meninas do Jô”, quase comprando um tailleur.

Mas num papo rápido de corredor, um amigo (que entende de textos bem mais do que eu) me disse: “Acho que você devia escrever sobre cultura. Esse assunto você conhece. Vai falar de cinema, teatro”.

Não sei se ele me chamou de analfabeta política ou de erudita cultural, mas na hora eu me frustrei. O mundo desabando, ano eleitoral, crise ambiental, escândalos financeiros e eu falando sobre linguagens cinematográficas, dramaturgia, literatura, propostas estéticas? Mas pra que é que isso serve?!

Essa nossa urgência pela funcionalidade quase me enganou.

Cultura não serve ao útil imediato, ao mundo objetivo. Discretamente, come o mundo pelas bordas, pois é tudo que fica, tudo que dura, que resta, que somos.

Dá pra passar sem? Dá. Sem rimas, sem música, a vida continua. Em termos orgânicos, nem mesmo o amor é fundamental.

Mas somos animais com outras sedes. Alguma coisa em nós não se acalma com três refeições por dia, teto e estabilidade. Já pintávamos paredes de cavernas antes de aprendermos a ler. Somos um bando de esfomeados de algo indefinível, que se expressa e se acalma na experiência criativa, seja fazendo, seja apreciando.

Inaugurar colunas continua complicado. Mas é mais fácil quando estamos na coluna certa.

A cultura ainda é profundamente necessária.

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Por Alessandra Bourdot

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sempre uma dose de cultura para alimentar a sua alma!

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Em breve, tudo sobre cultura com Alessandra Bourdot. Aguardem!